quinta-feira, 15 de setembro de 2011

CONSTRUA COM SABEDORIA

CONSTRUA COM SABEDORIA
Pr Valtair Freitas

Um velho carpinteiro estava pronto para se aposentar.
Ele informou ao chefe seu desejo de sair da indústria de construção e passar mais tempo com sua família.
Ele ainda disse que sentiria falta do salário, mas realmente queria se aposentar.

A empresa não seria muito afetada pela saída do carpinteiro, mas o chefe estava triste em ver um bom funcionário partindo e ele pediu ao carpinteiro para trabalhar em mais um projeto como um favor.

O carpinteiro concordou, mas era fácil ver que ele não estava entusiasmado com a idéia.
Ele prosseguiu fazendo um trabalho de segunda qualidade e usando materiais inadequados.

Foi uma maneira negativa dele terminar sua carreira.
Quando o carpinteiro acabou, o chefe veio fazer a inspeção da casa.
E depois ele deu a chave da casa para o carpinteiro e disse:
"Essa é sua casa. Ela é o meu presente para você".

O carpinteiro ficou muito surpreso. Que pena!
Se ele soubesse que ele estava construindo sua própria casa, ele teria feito tudo diferente.

O mesmo acontece conosco. Nós construímos nossa vida, um dia de cada vez e muitas vezes fazendo
menos que o melhor possível na construção.
Depois com surpresa nós descobrimos que nós precisamos viver na casa que nós construímos.

Se nós pudéssemos fazer tudo de novo, faríamos tudo diferente.
Mas não podemos voltar atrás.

Você é o carpinteiro.
Todo dia você martela pregos, ajusta tábuas e constrói paredes.
Alguém disse que "A vida é um projeto que você mesmo constrói".
Suas atitudes e escolhas de hoje estão construindo a "casa" que você vai morar amanhã.

Construa com Sabedoria!

FOLHA EM BRANCO

Certo dia eu estava aplicando uma prova e os alunos, em silêncio, tentavam responder as perguntas com uma certa ansiedade.

Faltavam uns 15 minutos para o encerramento e um aluno levantou o braço, dirigiu-se a mim e disse:

"Professor, pode me dar uma folha em branco?"
 

L
 evei a folha até sua carteira e perguntei porque queria mais uma folha em branco. Ele respondeu:

" Eu tentei responder as questões, rabisquei tudo, fiz uma confusão danada e queria começar outra vez".


Apesar do pouco tempo que faltava, confiei no rapaz, dei-lhe a folha em branco e fiquei torcendo por ele.

A
 quela sua atitude causou-me simpatia. Hoje, lembrando aquele episódio simples, comecei a pensar quantas pessoas receberam uma folha em branco, que foi a vida que DEUS lhe deu até agora, e só têm
feito rabiscos, tentativas frustradas e uma confusão danada...

Acho que agora seria bom momento para se pedir a DEUS uma nova folha em branco, uma nova oportunidade para ser feliz. 

A
 ssim como tirar uma boa nota depende exclusivamente da atenção e esforço do aluno, uma vida boa também depende da atenção que demos aos ensinamentos do Mestre.
Não importa qual seja sua idade, condição financeira, religião, etc. Levante o braço, peça uma folha em branco, passe sua vida a limpo. Não se preocupe em tirar 10, ser o melhor.
Preocupe-se apenas em aplicar o aprendizado que recebeu nas aulas do Mestre.  Ele se interessa por aquele que pede ajuda e repete toda a "matéria" dada, portanto, só depende de você.   
Desconheço o autor


___________________________

E eu vejo tanta gente com a sua folha em branco ali, disponível... com mil chances de recomeçar, ou de continuar... com uma felicidade plena nas mãos, e deixando escapar, achando que não vai ter mais tempo de refazer sua prova e passar de ano.
Estava até conversando com uma pessoa, sobre outra pessoa... que tá com a faca e o queijo nas mãos, reclamando de fome e não faz nada. Eu poderia dizer passo a passo o que essa pessoa deveria fazer e tenho certeza que ela não se arrependeria, mas a vida não é minha.

As pessoas escolhem os caminhos errados, ou simplesmente continuam no que estão... em vez de prestar atenção no que realmente pode ser uma boa oportunidade... tem coisas que tá na nossa cara e a gente não enxerga. Bora abrir os olhos?
Isso vale pra mim também, quantas oportunidades perdidas, por medo de usar a folha em branco e começar tudo de novo? Quantas oportunidades perdidas mesmo vendo que aquela prova tinha mil chances de conter mil erros?

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Um Homem Caiu em Um Buraco

NEVOEIRO

O NEVOEIRO DO CORAÇÃO PARTIDO - MAX LUCADO

É um nevoeiro escuro que aprisiona furtivamente a alma e se recusa a ir embora. É uma neblina silenciosa que esconde o sol e chama as trevas. É uma nuvem pesada que não honra qualquer hora nem respeita quem quer que seja. Depressão, desânimo, desapontamento, dúvida… todos são companheiros desta presença temida.
O nevoeiro do coração partido desorienta a nossa vida. Ele torna difícil ver o caminho. Abaixe as suas luzes. Limpe o pára-brisa. Ande mais devagar. Faça o que quiser, nada ajuda. Quando este nevoeiro nos rodeia, nossa visão fica bloqueada e o amanhã está para sempre distante. Quando esta escuridão ondulada nos envolve, as palavras mais sinceras de ajuda e esperança não passam de frases vazias.

Se você já foi traído por um amigo, sabe o que estou dizendo. Se já foi abandonado por um cônjuge ou um pai, já viu esse nevoeiro. Se já colocou uma pá de terra sobre o caixão de um ente querido ou ficou vigiando junto ao leito de alguém que ama, você reconhece também esta nuvem.
Se já esteve neste nevoeiro, ou está nele agora, pode estar certo de uma coisa — não se encontra sozinho. Até o mais esperto dos capitães da marinha já perdeu o rumo ao aparecer essa nuvem indesejada. Como disse certo comediante: “Se os corações partidos fossem anúncios, todos apareceríamos na televisão.”
Faça um retrospecto dos últimos dois ou três meses. Quantos corações partidos encontrou? Quantos espíritos feridos teve ocasião de observar? Quantas histórias de tragédias chegou a ler?
Minha própria reflexão é cautelosa:
- A mulher que perdeu o marido e o filho num terrível acidente automobilístico.
- A atraente mãe de três crianças que foi abandonada pelo cônjuge.
- O garoto atropelado e morto por um caminhão de lixo, quando saía do ônibus da escola. A mãe, que o esperava, testemunhou a tragédia.
- Os pais que encontraram o filho adolescente morto na floresta atrás de sua casa. Ele se enforcara com o próprio cinto numa árvore.
A lista continua indefinidamente. Tragédias nebulosas. Como cegam nossa visão e destroem os nossos sonhos. Esqueça todas as grandes esperanças de alcançar o mundo. Esqueça todos os planos de mudar a sociedade. Esqueça todas as aspirações de mover montanhas. Esqueça tudo isso. S6 me ajude a atravessar a noite.
O sofrimento do coração partido.
Venha comigo assistir aquela que foi talvez a noite mais enevoada da história. A cena é muito simples, você vai reconhecê-la rapidamente. Um bosque de oliveiras retorcidas. O chão coberto de pedras grandes. Um muro baixo de pedras. Uma noite escura, muito escura.
Veja agora o quadro. Olhe atentamente através da folhagem sombria. Vê aquela pessoa?
Vê aquela figura solitária? O que ele está fazendo? Deitado no chão. O rosto manchado de terra e lágrimas. Os punhos batendo no solo. Os olhos arregalados com o estupor do medo. O cabelo emaranhado por causa do suor salgado. Será aquilo sangue em sua testa?
Esse é Jesus. Jesus no Jardim do Getsêmani.
Você talvez tenha visto o retrato clássico de Cristo no jardim. Ajoelhado junto a uma grande rocha. Um alvo manto. Mãos pacificamente unidas em oração. Um olhar sereno em seu rosto. Um halo sobre a sua cabeça. Um raio de luz do céu, iluminando seu cabelo castanho dourado.
Eu não sou artista, mas posso dizer-lhe algo. O homem que pintou esse quadro não usou o evangelho de Marcos como modelo. Veja o que Marcos escreveu sobre aquela noite penosa:
“Então, foram a um lugar chamado Getsêmani; ali chegados, disse Jesus a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou orar. E, levando consigo a Pedro, Tiago e João, começou a sentir-se tomado de pavor e de angústia. E lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai.
E, adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra; e orava para que, se possível, lhe fosse poupada aquela hora. E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres.
Voltando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, tu dormes? Não pudeste vigiar nem uma hora? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.
Retirando-se de novo, orou repetindo as mesmas palavras. Voltando, achou-os outra vez dormindo, porque os seus olhos estavam pesados; e não sabiam o que lhe responder.
E veio pela terceira vez e disse-lhes: Ainda dormis e repousais! Basta! Chegou a hora; o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos! Eis que o traidor se aproxima.”[1]
Observe estas frases: “Começou a sentir-se tomado de pavor e de angústia.” “Minha alma está profundamente triste.” “E, adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra.”
Este parece um quadro de um Jesus santo, repousando na palma de Deus? De modo algum. Marcos usou tinta preta para descrever esta cena. Vemos um Jesus agonizante, lutando e se esforçando. Vemos um “homem de dores”.[2] Vemos um homem enfrentando o medo, em luta com os compromissos e ansiando por alívio.
Vemos Jesus no nevoeiro de um coração partido.
O escritor de Hebreus iria dizer mais tarde, “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte”.[3]
Que descrição! Jesus sofrendo. Jesus às portas do medo. Jesus não está revestido de santidade, mas de humanidade.
Da próxima vez que o nevoeiro o envolver, você faria bem em lembrar-se de Jesus no jardim. Da próxima vez em que pensar que ninguém compreende, releia o capítulo 14 de Marcos. Da próxima vez que a autopiedade o convencer de que ninguém se importa, vá visitar o Getsêmani. E da próxima vez em que ficar imaginando se Deus realmente percebe a dor que prevalece neste poeirento planeta, ouça-o suplicando entre as árvores retorcidas.
Este é o meu ponto. Ver Deus desse modo faz maravilhas em relação ao nosso próprio sofrimento. Deus jamais foi tão humano quanto nessa hora. Deus jamais esteve mais próximo de nós do que quando sofreu. A Encarnação jamais foi tão cumprida quanto no jardim.
Como resultado, o tempo passado no nevoeiro da dor poderia ser o maior dom de Deus. Poderia ser a hora em que finalmente vemos nosso Criador. E verdade que no sofrimento Deus se assemelha mais ao homem; talvez em nosso sofrimento possamos ver a Deus como nunca antes.
Da próxima vez em que você for chamado para sofrer, observe. Talvez esse seja o ponto mais próximo em que vai estar de Deus. Preste muita atenção. Pode muito bem ser que a mão que se estende para guiá-lo para fora do nevoeiro esteja traspassada

ESTAS A SOFRE

Sofrimento e Dor, O Que Fazer???

Está alguém entre vós sofrendo, faça oração. Está alguém alegre? Cante louvores" (Tg 5.13).
O que é angústia? Muitos poderiam dar uma resposta bem pessoal e subjetiva a essa pergunta. Falando de modo geral, angústia é um sentimento que acompanha o homem desde seu nascimento até a morte em todas as situações da vida; a angústia é companheira do ser humano. A angústia é uma das mais fortes opressoras da humanidade, é um sentimento da alma que pode atacar na mesma medida tanto o rei como o mendigo.
Angústia é uma emoção que pode ser abafada mas não desligada. O homem natural não pode se desviar nem escapar dela. Na verdade existiram e existem pessoas de caráter forte que, com sua determinação, se posicionam obstinadamente diante da angústia, mas elas também não conseguem vencê-la totalmente. Podemos tentar ignorar a angústia, mas não escaparemos de situações dolorosas.
O que a Bíblia diz sobre a angústia?

Ela diz, por exemplo, que angústia e sofrimento podem se tornar visíveis. Gênesis 42.21 nos relata um exemplo disso quando os irmãos de José chegaram ao Egito para comprar cereal e se encontraram no palácio de José, e, não sabendo o que fazer disseram uns aos outros: "Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos..." A angústia, assim diz a Bíblia, não só paralisa a língua, mas também faz com que ela fale. Em Jó 7.11 ouvimos Jó dizer: "Por isso não reprimirei a minha boca, falarei na angústia do meu espírito, queixar-me-ei na amargura da minha alma". Mas angústia também faz com que até ímpios cheios de justiça própria se sintam perturbados. Bildade descreve o ímpio em Jó 18.11 dessa maneira: "Os assombros o espantarão de todos os lados, e o perseguirão a cada passo".
A Escritura também ensina que a angústia é mais forte do que a maior abastança. Zofar nos comunica isto em Jó 20.22: "Na plenitude da sua abastança, ver-se-á angustiado, toda a força da miséria virá sobre ele". Angústia também provoca trevas. Quando Isaías teve que anunciar uma punição sobre Israel, falou acerca das conseqüências desse juízo: "Bramam contra eles naquele dia, como o bramido do mar; se alguém olhar para a terra, eis que só há trevas e angústia, e a luz se escurece em densas nuvens" (Is 5.30). E em Isaías 8.22 o profeta tem que proclamar sobre o povo apóstata: "Olharão para a terra, eis aí angústia, escuridão, e sombras de ansiedade, e serão lançados para densas trevas".
Esses são exemplos negativos, mas também há exemplos positivos. No Salmo 119.143, Davi nos ensina que a palavra de Deus sempre é mais forte que a angústia: "Sobre mim vieram tribulação e angústia, todavia os teus mandamentos são o meu prazer". A angústia está presente, mas a alegria na palavra de Deus é maior. Uma outra tradução diz: "Fiquei cercado por sofrimento e desespero, mas os teus mandamentos foram a minha grande alegria". O poder de Deus também sempre é maior do que a angústia: "Se ando em meio à tribulação, tu me refazes a vida; estendes a mão contra a ira dos meus inimigos, e a tua destra me salva" (Sl 138.7).
Em Isaías 9.2 temos a promessa: "O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz". No Novo Testamento, Paulo confirma essa gloriosa verdade: "Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?... Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rm 8.35;38-39).
E o que disse o Senhor Jesus sobre a angústia? É muito esclarecedor e elucidativo observar que Ele nunca afirmou que neste mundo não haveria sofrimento. Na verdade, muitas vezes, se prega que ao se tornar cristão, a pessoa não terá mais tribulações ou tentações. Mas isso não é verdade. O próprio Senhor Jesus disse claramente: "No mundo passais por aflições..." (Jo 16.33) . E então Ele acrescenta o glorioso ‘mas’: "mas tende bom ânimo, eu venci o mundo". Em outras palavras: o mundo é o reino de Satanás, mas Minha vitória sobre esse mundo pode ser a sua vitória também, isto é, em Mim vocês têm a possibilidade de vencer a própria angústia. Essa é a posição de Jesus em relação à angústia!
Quem foi o primeiro homem que se defrontou com a angústia? Foi Adão, logo após cair em pecado. Antes da queda, Adão não conhecia esse sentimento. Contudo, depois do pecado ter entrado em sua vida, ele foi invadido pelo terrível sentimento de temor: "E chamou o Senhor Deus ao homem, e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo e me escondi" (Gn 3.9-10). De repente Adão e Eva tiveram medo de Deus, seu Criador, com o qual antes formavam uma unidade , uma harmonia perfeita! Antes de caírem em pecado, eles se alegravam quando Deus vinha ao jardim, mas agora, de repente, foram invadidos pelo medo. Que conseqüências devastadoras tem a sua desobediência até os dias de hoje!
Agora chegamos à pergunta mais importante: quem provou os mais profundos abismos da angústia em todos os tempos? Foi o homem Jesus Cristo no Jardim do Getsêmani. Ali Ele sofreu uma angústia tão grande que não fazemos a menor idéia do que possa ter sido passar pelo que Ele passou. Quando temos medo, quando não sabemos mais o que fazer, podemos olhar para Jesus e nos lembrar de que Sua tribulação ainda foi muito maior. Desse sentimento angustiante do nosso Senhor já lemos profeticamente no Salmo 22: "Não te distancies de mim, porque a tribulação está próxima, e não há quem me acuda. Muitos touros me cercam, fortes touros de Basã me rodeiam. Contra mim abrem as bocas, como faz o leão que despedaça e ruge. Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se-me dentro de mim. Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca; assim me deitas no pó da morte" (vv. 11-16). Essas palavras do Senhor sofredor descrevem a profundeza abismal e ilimitada que Jesus Cristo sofreu no Jardim do Getsêmani: a agonia da morte.
Lucas 22.44 fala disso: "E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue, caindo sobre a terra". Ele lutou com a morte não só na cruz mas também no Getsêmani, pois ali Ele estava morrendo. Ali Ele estava em terríveis e pavorosas agonias de morte. Este fato é refletido nas palavras: "E, estando em agonia..." Ele se encontrava em agonia de morte porque Satanás estava a ponto de matá-lO. Satanás, o príncipe e dominador desse mundo, nessa ocasião, lutou pelo seu reino pois sabia muito bem que o Getsêmani era a última etapa antes do Calvário, e se Jesus alcançasse a cruz salvaria a humanidade. Por isso no Getsêmani, Satanás se lançou com todas as forças sobre o Cordeiro de Deus e tentou matá-lO. Ali Jesus estava à beira da morte; Ele lutou com a morte. Esse ataque à Sua vida e à Sua obra redentora provocou uma violenta e mortal angústia, uma verdadeira agonia de morte. Isso Ele suportou como homem e não como Deus, caso contrário Ele teria chamado legiões de anjos, e Satanás teria que retirar-se imediatamente.
É uma grande mentira e uma ofensa à honra dizer que no Getsêmani Jesus teve medo da cruz. Aconteceu o contrário: Ele enfrentou a angústia de morrer no Getsêmani, de morrer antes da cruz, pelo que Seu sacrifício expiatório teria sido frustrado. Ele não teve medo da morte na cruz, pois Ele mesmo testificou de maneira bem clara: "Por isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai" (Jo 10.17-18). Jesus Cristo não quis morrer no Getsêmani, mas Ele estava morrendo, e isso O afligiu tanto que entrou em agonia e suou gotas de sangue. Jesus teve que experimentar as piores profundezas da angústia, o que significa que sofreu grande aflição. Isto deveria e pode nos ajudar e nos consolar em nossas angústias e tribulações.
Como podemos vencer nossas angústias? Depositando nossa confiança no Deus Todo-Poderoso. Como podemos fazer isso? Jesus já fez isso antes de nós e nos serve de exemplo. Em Hebreus 5.7 lemos algo maravilhoso a esse respeito: "Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua piedade...". Aqui se trata do momento no Getsêmani, quando Jesus, em Sua ilimitada angústia, confiou no Deus Todo-Poderoso e O invocou em oração. Isto não é novidade para nós. Mas talvez precisamos aprender de maneira totalmente nova a aplicar isto também em nossas vidas.
Jesus nos deixou o melhor exemplo de como confiar no Deus Todo-Poderoso em nossa angústia. Em Hebreus 2.18 está escrito de maneira tão consoladora: "Pois naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados". Com outras palavras: tendo sofrido e vencido e triunfado no Getsêmani, Ele também pode nos ajudar em nossos medos e angústias, e nos ajuda a vencê-los. Ele quer nos ensinar a orar com perseverança justamente nesses momentos. Ele próprio não viu outra maneira para sair da Sua angústia do que por meio de petições e súplicas. Quanto mais devemos nós também trilhar esse caminho para sair de todas as nossas angústias e apertos que nos surpreendem quase que diariamente.
Tiago acentua muito esse aspecto quando diz: "Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está alguém alegre? Cante louvores" (Tg 5.13). Será que não seria válido começarmos a considerar e interiorizar essa verdade de maneira totalmente nova em nossas vidas? Vamos começar a confiar nEle incondicionalmente em qualquer situação? Confiar significa orar, e orar significa confiar! Os seguintes exemplos da vida de Davi devem nos mostrar o quanto ele também acreditava nessa realidade:
– "Responde-me quando clamo, ó Deus da minha justiça; na angústia me tens aliviado; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração" (Sl 4.1).
– "Na minha angústia invoquei o Senhor, gritei por socorro ao meu Deus" (Sl 18.6).
– "Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas" (Sl 32.6).
– "Desde os confins da terra clamo por ti, no abatimento do meu coração" (Sl 61.2).
– "Não escondas o teu rosto do teu servo, pois estou atribulado" (Sl 69.17).
– "Em meio à tribulação invoquei o Senhor, e o Senhor me ouviu e me deu folga" (Sl 118.5).
Não são testemunhos maravilhosos? Davi creu que só havia uma escapatória na angústia: invocar o Senhor em perfeita confiança.
O que significa invocar o Senhor na angústia, orando? Essa pergunta é respondida pelas orações de Davi. Por exemplo, várias vezes aparece a expressão ‘clamar’: "Responde-me quando clamo, na minha angústia... gritei", "desde os confins da terra clamo por ti", "em meio à tribulação invoquei o Senhor". Percebemos que Davi pediu socorro ao céu. Aqui temos uma chave para sermos realmente libertos das angústias. Não se trata de simplesmente orar, mas temos de clamar e suplicar. Para compreender isso devemos também observar melhor as orações de nosso Senhor Jesus feitas ao Pai quando Ele se encontrava angustiado.
Tomaremos como exemplo as Suas orações e Sua confiança no Deus Todo-Poderoso. Pois do ponto de vista bíblico, a expressão ‘invocar o Senhor‘ significa ainda muito mais. "Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua piedade" (Hb 5.7). Quando se toma essa declaração literalmente, então chegamos irrefutavelmente à conclusão de que o Senhor, na verdade, gritou, clamou e até chorou de forma audível. Não sabemos a que distância os discípulos estavam do seu Senhor no Jardim do Getsêmani, mas eles devem ter dormido profundamente, pois aparentemente não ouviram a oração de Jesus. O que nosso Senhor padeceu ali nem conseguimos explicar nem entender a fundo, mas deve ter sido uma situação terrível. Em Lucas 22.44 está escrito: "E, estando em agonia, orava mais intensamente".
Mas se queremos saber com mais precisão o que significa o que nosso Senhor "...ofereceu com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas" a Deus, então devemos nos dar ao trabalho de estudar essas orações. Algo interessante chama a nossa atenção, ou seja: exceto no texto já citado de Hebreus 5.7, em nenhum evangelho é dito que o Senhor começou a clamar ou a gritar nessa oração. Somente Lucas indica tal situação com a expressão "...e orava mais intensamente". Mateus descreveu o episódio da seguinte maneira: "Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai: Se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e, sim, como tu queres!
Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade!... Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras" (Mt 26.39;42 e 44). E Marcos escreve: "E, adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra; e orava para que, se possível, lhe fosse poupada aquela hora. E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e, sim, o que tu queres!... Retirando-se de novo, orou repetindo as mesmas palavras... E veio pela terceira vez..." (Mc 14.35;36;39 e 41). Aqui vemos melhor o que a oração de nosso Senhor podia significar, pois duas cousas chamam a nossa atenção:
1. Jesus Cristo não pronunciou essa oração apenas uma vez, mas três vezes.
2. Ele orou três vezes, mas não deixou de submeter-se à perfeita vontade de Seu Pai cada vez que orou. Que profundo mistério está oculto nessas orações!
Nosso Senhor, portanto, orou três vezes. Se Hebreus 5.7 diz que o Senhor "nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas" então não se trata, em primeiro lugar, da forma de Sua oração. Não se trata da questão se o Senhor clamou e gritou de maneira pungente, e, sim, que o Senhor fez esta oração três vezes! Em outras palavras: Ele orou com persistência. Jesus Cristo se encontrava na maior angústia, e esta angústia O levou a orar. Mas essa oração não foi apenas um grito curto e isolado ao Pai. Não, Ele orou três vezes de maneira muito consciente e lúcida repetindo sempre as mesmas palavras. Depois da primeira oração, a Bíblia diz claramente: "Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo..." e depois da segunda vez: "E deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez...". " como seria bom se compreendêssemos isso para a nossa vida pessoal de oração!
Muitas vezes nos defrontamos com todo tipo de angústias e apertos, e o que fazemos então, quando somos tentados dessa maneira? No mesmo momento enviamos um fervoroso pedido de socorro ao céu. Mas assim que nos sentimos mais ou menos bem, seguimos novamente a rotina do dia. Não é de admirar se logo em seguida a mesma angústia nos surpreenda outra vez. A oração de nosso Senhor pronunciada conscientemente três vezes nos mostra de maneira bem clara que nós, se de fato queremos vencer as angústias que se repetem, não devemos apenas orar de vez em quando ao céu. Precisamos chegar ao ponto de levar uma vida de oração perseverante, regular. Somente assim nos tornamos filhos de Deus que conseguem lidar de maneira correta com suas angústias. Somente assim venceremos as nossas tribulações. Três testemunhos claros das Escrituras nos exortam a orar dessa maneira:
– "Regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração perseverantes" (Rm 12.12).
– "Perseverai na oração, vigiando com ações de graça" (Cl 4.2).
– "Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito, e para isto vigiando com toda perseverança..." (Ef 6.18).
Se a Bíblia diz em Hebreus 5.7 que a oração de Jesus foi ouvida e que Ele encontrou livramento da Sua angústia, então isso só aconteceu depois da Sua oração insistente e perseverante.
Mas ainda havia um outro ponto importante: nosso Senhor continuamente se entregava totalmente à vontade de Seu Pai: "E, adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra; e orava para que, se possível, lhe fosse poupada aquela hora. E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e, sim, o que tu queres" (Mc 14.35-36). Não fazemos idéia de como isso é importante. Não apenas orando três vezes as mesmas palavras, mas, com isso, sempre se submetendo à vontade de seu Pai, Jesus demonstrou uma confiança tão grande que jamais haverá confiança maior. Foi algo grandioso, em Sua angústia, Ele ter se apresentado três vezes a fim de orar as mesmas palavras.
Mas por Ele – por assim dizer no tom fundamental da sua oração – sempre voltar a Se submeter a Deus foi uma prova bem especial de Sua confiança no Seu Pai celestial. Ele sabia: Eu posso orar que este cálice passe de mim, mas se meu Pai celestial o quer de outra maneira, então eu aceito e me coloco totalmente em Suas mãos. Isso é confiança total no Deus Todo-Poderoso! Devemos ter isso em mente, pois apesar de irmos a Deus em oração, clamando e levando a Ele a nossa angústia, em última análise esperamos que Ele faça o que nós queremos. Reflitamos no que estava em jogo ali no Getsêmani: ou Ele morria ali mesmo, deixando de salvar a humanidade, ou Ele morria na cruz, como estava previsto, salvando a humanidade por tomar sobre Si a maldição do pecado. E embora a Sua obra redentora estivesse em jogo, Ele não fez a sua própria vontade, mas se submeteu totalmente à vontade de Seu Pai.
Você quer se tornar uma pessoa assim, que aprenda a lidar com as suas angústias e a vencê-las? Então confie no Deus Todo-Poderoso, começando a levar uma vida de oração regular e perseverante. Mas nunca se esqueça de submeter-se totalmente à vontade do Senhor Jesus enquanto ora. Essa entrega, seja o que for, sempre deve ser expressa em cada oração que você faz. Se você segue esse caminho, você se tornará um cristão que, na verdade, ainda sente todas as angústias e apertos desse mundo, mas apesar disso permanece totalmente tranqüilo em tudo. Estará seguro nas mãos do Senhor, aconteça o que acontecer. O que Ele faz é sempre bom! "No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (Jo 16.33). Essas são palavras do Senhor Jesus. Você crê nelas? Então viva de acordo com esta fé, confiando – justamente quando o medo quer se apoderar de suas emoções – no Deus Todo-Poderoso e invocando-O em oração!
Marcelo de Almeida Costa - Sorocaba - SP

SEU DIABO E GRANDE DEMAIS

Seu Diabo é Grande Demais



Essa é uma realidade na "igreja" dos nossos dias. O diabo é muito grande, se ficamos fascinados por ele; o diabo é muito grande, se achamos que temos de cumprir um compromisso com ele; o diabo é muito grande se somos vítimas de uma maldição, colocada sobre nós. O diabo é grande demais se vivemos com medo de que nosso futuro esteja em suas mãos...
O pecado aciona a lei das conseqüências não planejadas. Isso é verdade para nós, como para todas as criaturas de Deus.

Por que Satanás estava fadado ao fracasso? Ele era limitado para alcançar o que desejava.

O que Lúcifer esperava alcançar quando se rebelou contra Deus? Ele queria ser semelhante ao Altíssimo. Mas isso seria possível realmente?

Quando teólogos falam sobre Deus, usam três palavras que começam com o prefixo “oni” – que significa simplesmente “todo”. Deus é Onipresente, pois está presente em todos os lugares; Ele é Onipotente, pois é o Todo-poderoso; Ele é Onisciente, pois tem todo o conhecimento. Esses atributos são a própria essência da natureza de Deus.


Quantos desses atributos Lúcifer receberia, se conseguisse ser “semelhante a Deus”? A resposta é fácil e clara: Nenhum.

Ele jamais seria onisciente, ou seja, nunca poderia saber tudo. Ele sabia que um homem planejava assassinar o presidente dos Estados Unidos, quando chegasse a Dallas, Texas, no dia 22 de novembro de 1963. Ele não sabia, contudo, se isso realmente aconteceria. O assassino podia mudar de idéia, a arma podia falhar, ou talvez o motorista do carro, no último instante, resolvesse fazer um itinerário diferente. Deus sabe exatamente o que acontecerá, mas Satanás é capaz apenas de fazer uma previsão acurada. Embora conheça os planos, ele não sabe qual será o resultado final. Ele pode influenciar nas decisões humanas, mas nunca dirigi-las. ( O homem é escravo do pecado em seu próprio coração ) – Suas previsões mais insignificantes sempre envolvem o grande risco de jamais se concretizarem.

Isso explica por que, no Antigo Testamento, o reconhecimento de um falso profeta era feito às vezes pelo erro de suas previsões. Apesar de acertar algumas vezes, somente Deus pode prever o futuro de forma infalível. Portanto, um verdadeiro profeta de Deus sempre acerta 100% das vezes.
E quanto à onipresença? Lúcifer seria capaz de encher todo o universo com sua presença? Poderia estar em todos os lugares simultaneamente? Não, ele jamais conseguiria. Pode viajar rápido, mas quando se encontra na Índia, não consegue estar em Brasília. Quando trava uma batalha no Rio de Janeiro, não pode estar numa reunião de oração na Coréia. Portanto, nunca será onipresente.
É verdade que multidões de demônios estão espalhadas pelo mundo, realizando as obras do diabo, mas cada um desses anjos caídos também não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.
E quanto a onipotência? Lúcifer nunca seria todo-poderoso. Ele não tem poder para criar nem uma molécula, muitos menos estrelas... Nem pode sustentar o Universo pela “palavra do seu poder”. Quando procura imitar a habilidade criadora de Deus, ele sempre apela para as fraudes e falsificações. Não, ele jamais será onipotente.
Em que sentido então ele poderia ser “semelhante ao Altíssimo”? Apenas nisso: ele achou que se tornaria INDEPENDENTE. Ele sabia que suas realizações sempre seriam apenas uma sombra daquilo que Deus pode fazer. A alegria, contudo, de saber que agiria sem a aprovação de Deus, fazia o risco valer a pena. Então poderia dar ordens e não mais recebê-las. Pelo menos esse era o seu plano.
A IRONIA é que na independência alardeada por Satanás, na realidade, tornar-se-ia outra forma de dependência à vontade e aos propósitos de Deus. Realmente, ele não dependeria da orientação do Todo-Poderoso nas decisões que tomasse, mas cada um dos seus atos de rebelião estaria debaixo do controle cuidadoso e da direção de Deus.
Ele, com certeza, podia desafiar o Criador, mas todas as suas atividades sempre seriam restritas àquilo que Deus permitisse. Sua independência só a muito custo poderia ser digna desse nome. Ele se rebelou para não ser mais um servo de Deus e, apesar disso, jamais conseguiu ou conseguirá sua independência.
Se Milton pensou estar certo ao dizer que Lúcifer preferiu ser rei no inferno do que servo no céu, ele (Lúcifer) estava completamente enganado. Lúcifer descobriu, para seu desgosto, que no final continuaria eternamente SERVO DE DEUS. E, como a Bíblia ensina claramente, NÃO EXISTEM REIS NO INFERNO!!!!
Aquele que odiava a idéia de servir, tornar-se-ia um outro tipo de servo. Ao invés do serviço voluntário, abraçaria uma servidão relutante, um serviço com uma motivação diferente em direção a um final diferente; mas, de qualquer maneira, SEMPRE UM SERVO. Finalmente como fazia quando ambos estavam em harmonia.
Satanás estava condenado a uma existência vazia, interminável, sem descanso, e miserável. Ele sempre seria impelido a desprezar a Deus e tentar agir contra Ele. Ainda assim, no final, seria compelido a promover os propósitos divinos. Ao invés da alegria na presença de Deus, teria eterna humilhação; no lugar do amor de Deus, receberia a ira e o juízo eternos.
O orgulho fez com que Lúcifer perdesse todos os seus privilégios. Ele assumiu um grande risco, ao achar que, se não pudesse destronar a Deus, pelo menos conseguiria estabelecer seu próprio trono, em algum lugar do Universo.
Ele subestimou a Deus e superestimou a si mesmo
ELE ERA LIMITADO NAQUILO QUE PODIA PREVER
Lúcifer sabia que surgiriam algumas conseqüências devido à sua decisão, mas não tinha idéia de como seriam. Lembre-se, até esse momento não havia nenhum tipo de rebelião no Universo. Ele não podia aprender com os erros dos outros; e uma vez que cruzou a linha, era muito tarde pra recuar de seu grande propósito. Mais importante, ele não podia prever o advento de Cristo para redimir o homem, nem podia contemplar sua própria condenação eterna no lago de fogo.
Ele não sabia que apenas um terço dos anjos escolheria se unir a sua causa rebelde (Ap 12.4 diz que a cauda do dragão “levou após si a terça parte das estrelas do céu” ). Se ele pensou que todos os que estavam sob sua autoridade ficariam ao seu lado em sua oferta de independência, teve de engolir essa decepção.
Pense nisso. Para cada anjo que o respeitava, dois continuaram fiéis a Deus! Talvez Satanás tenha ficado surpreso por ver como o Céu funcionava bem sem sua supervisão e autoridade. Não importa quão confiantemente ele exercia seu pode adquirido, pois seu sucesso era apenas parcial.
Durante um determinado tempo, ele só pôde remoer o seu erro. Só lhe restava aguardar que Deus desse o próximo passo.
ELE ERA LIMITADO NO CONTROLE DOS DANOS
Apesar de não termos dito explicitamente, existe pouca dúvida em minha mente de que Lúcifer lamentou profundamente sua decisão, no momento em que a mesma foi tomada. Ele havia atravessado um portal desconhecido, na esperança de que o abriria para um brilhante futuro, contudo, não sabia que havia um abismo do outro lado.
Então, tendo experimentado o pecado em primeira mão, ele sabia que perdera a maior aposta de sua carreira. Ele fez a “roda da fortuna” girar e não percebeu que Deus tinha o controle de cada uma das suas rotações. Em qualquer lugar que ela parasse, ele sempre seria o PERDEDOR – um perdedor por TODA ETERNIDADE.
Rapidamente, ele aprendeu que não é gratificante estabelecer um reino rival, só para descobrir que fatalmente falhar. Por mais agradável que seja a independência, não ajuda muito se você é independentemente DERROTADO, independentemente ATORMENTADO e independentemente ENVERGONHADO.
Se ele soubesse disso!! Ele pegou o trem errado, mas, depois de corrompido, seguiria adiante até o final. O arrependimento era impossível por várias razões:
PRIMEIRO, Satanás era e continua incapaz de se arrepender; O ARREPENDIMENTO É UM DOM DE DEUS, dado às pessoas em cujos corações o Todo-Poderoso já opera.
Para Satanás, arrepender-se significaria que existe algo de bom nele; mas nenhuma virtude pode ser encontrada no mesmo. Então, ele se tornou totalmente mau, irremediavelmente perverso. E Deus resolveu abandoná-lo, para o seu fim bem merecido.
Como já aprendemos, um Lúcifer perfeito deixou o mal brotar dentro de si, mas desde que a corrupção estava completa, o bem nunca mais existiria dentro dele. Quando era uma criatura perfeita, era capaz de cometer o mal, mas, uma vez que foi contaminado, ele jamais seria capaz de fazer o bem. A corrupção seria completa, irreversível e total. O pecado então se tornaria uma necessidade moral.
SEGUNDO e mais importante: mesmo que Lúcifer se arrependesse, ele não seria redimido, pois nenhum sacrifício foi feito pelos seus pecados. Cristo carregou apenas os pecados dos homens (eleitos ) e não os dos anjos. “Pois na verdade ele não socorre a anjos, mas sim à descendência de Abraão. Pelo que convinha que em tudo fosse semelhantemente aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo” (Hb 2.16,17).
Sem uma propiciação disponível, o comportamento rebelde de Lúcifer tornou-se então irrevogável e permanente. Daquele momento em diante, sua passagem pelo Universo seria em uma linha reta, direto para uma eternidade de vergonha e humilhação. Para ele, não haveria uma segunda chance.
Lúcifer aprendeu uma importante lição: uma criatura pode estabelecer uma confusão, mais jamais pode endireitar as coisas” A lei das conseqüências não planejadas seria sempre aplicada por toda a eternidade. Somente Deus pode, se assim desejar, conter ou reverter as conseqüências da desobediência.
ELE ERA LIMITADA NO CONHECIMENTO DE DEUS
Os atributos primários de Deus é sua santidade. Lúcifer, que desejou ser semelhante a Deus, na verdade permaneceria tão longe desse atributo, quanto seria possível estar.
Não sabemos o quanto Deus se revelava às criaturas angelicais, mas Lúcifer, acredito, devia conhecer suficientemente a Deus pra saber que Ele jamais dividiria sua glória com alguém. Quanto mais algo Lúcifer aspirasse subir, maior seria seu fracasso.
Será que ele julgou mal a Deus, ao achar que o amor do Todo-Poderoso suplantaria qualquer possibilidade de julgamento severo? Não sabemos, é claro, mas tenha em mente que Lúcifer conhecia apenas o perfeito amor de Deus. O conceito de justiça simplesmente não existia. Desde que não existia desobediência no Universo, não havia necessidade da demonstração da ira divina. Lúcifer não previu até onde Deus poderia ir pra preservar sua honra.
Lúcifer achava que conhecia a Deus, mas ainda tinha muito o que aprender. Se ele simplesmente tivesse confiado no que não conseguia entender e crido no que não podia saber por si mesmo, seu futuro teria sido diferente.
Agora que ele sabia mais sobre Deus, ERA TARDE DEMAIS.
ELE ERA LIMITADO PARA ENTENDER A DIFERENÇA ENTRE O TEMPO E A ETERNIDADE.
Lúcifer deveria saber que nenhuma exaltação momentânea pode compensar uma eternidade de HUMILHAÇÃO; ser adorado por um momento não pode compensar uma eternidade de desprezo; nenhum momento de excitação pode compensar uma eternidade de tormento. Uma hora no inferno fará com que a excitação de se opor a Deus se desvaneça no eterno esquecimento.
Eis aqui uma lição para nós. Nenhuma decisão pode ser considerada boa, se a eternidade prova que ela é ruim. Explicando melhor, nenhuma decisão nessa vida pode ser boa a não ser que se torne excelente na eternidade. Somente um ser que conhece o futuro e o passado pode prescrever o que é melhor para nós. Nós julgamos baseados no tempo, mas somente Deus pode revelar os julgamentos baseados na eternidade.
Daquele momento em diante, Lúcifer venceria apenas pequenas batalhas, mas seria forçado a perder a guerra. Se ele apenas tivesse levado Deus mais a sério, não teria subestimado a capacidade infalível do Todo-Poderoso de puni-lo. Se a grandiosidade do pecado é determinada de acordo com a grandiosidade do ser contra quem é cometido, Lúcifer então cometeu um ERRO GIGANTESCO.
E. Lutzer

VIDAS SECAS

VIDAS SECAS


Ouvir pessoas tem sido um de meus “ofícios”. Abrindo o coração, elas dão a volta ao mundo sem sair do lugar, falam de seus dramas. De repente, embarco em “cenários”, torno-me parte de histórias, Sinto “dores de parto”; sofro...
Os dias são difíceis, nós já sabemos. Há um “espírito” pairando sobre nós – zeitgeist. Somos todos e não somos ninguém, nos commoditizamos, estamos em processo de desconstrução, pois tudo ao nosso redor é impermanente. Desumanizados, sem essência, sem substância, existimos sem a porção que nos torna gente.
Lembro de Graciliano Ramos, no seu livro “Vidas Secas”. É a história da mudança e da fuga. Produzido na década de 1930, “Vidas Secas” poderia ser a crônica de um jornal de hoje. Pessoas em fuga! De si mesmas, de lugares, de histórias, de “miséria” em “miséria”. Não se trata mais, como no romance, da busca pela subsistência, mas das premissas mínimas para a existência.
Ezequiel nos expõe esta mesma realidade no capítulo 37 quando fala do “Vale de Ossos Secos”. Ali ele é levado a um local ermo aonde Deus lhe faz uma surpreendente revelação. O cenário ganha contornos de uma “sala de cinema” e o profeta, transformado em “mídia”, torna-se o “projetor” do inconsciente coletivo – Jung – da nação de Israel. Diante dele está o holograma imaterial do que estava acontecendo no mundo da matéria, das coisas visíveis.
A “visão” de Ezequiel é fenomenológica, conforme Kant, pois está acontecendo no tempo e no espaço, mas também é consciência geral, comum a todos os sujeitos cognitivos, conforme Husserl. Neste cenário “ficcional”, ele vê diante de si um cemitério, um lugar onde a vida se extinguiu por completo. É o “mosaico” de “Vidas Secas” sob a pintura expressionista de Portinari.
De fato, aqueles eram dias difíceis... Israel, exilado na Babilônia, estava diante de uma cultura muito diferente da sua. Havia um forte sentimento de perda, pois Jeová os havia abandonado, e isso criara uma amargura incrustada na alma, um sentimento de revolta, de desespero e solidão. Foi à soma de toda esta energia psíquica que “produziu” a “visão” que Ezequiel, pelo Espírito, contemplou.
Ler o texto de forma consecutiva nos dá a impressão de que a “visão” do profeta não é “visão”, mas realidade, aquilo que está acontecendo naquele momento. Mas, na verdade, não é assim... Há algo no texto, ainda que sutil, que muda esse eixo de interpretação. Está no verso 11. Nele o autor faz a guinada na narrativa e, deixando o mundo espiritual “para trás”, retorna ao concreto, ao real. E é só a partir daí que Deus começa a esclarecer ao profeta o que ele havia visto: “11- Então ele me disse: “Filho do homem, estes ossos são toda a nação de Israel. Eles dizem: ‘Nossos ossos se secaram e nossa esperança desvaneceu-se; fomos exterminados”.
Naquele momento, a “visão” já havia cumprido o seu propósito: construir no coração de Ezequiel as percepções necessárias para o desenvolvimento de sua missão. Dali por diante, não era mais preciso “olhar” para o “Vale de Ossos Secos”, pois ele representava apenas “EFEITOS”. O grande desafio era voltar-se para as pessoas, para o mundo cotidiano, pois ali estava as “CAUSAS”, o nascedouro dos fenômenos capaz de transformar Vidas Singulares em “Vidas Secas”.
E tudo começa com o que está dito no verso 11: “nossos ossos secaram”. Não é uma frase solta, um lamento despretensioso. É o gemido que sai do íntimo do ser, pois a sequidão da alma havia chegado até aos ossos. Aqui está uma das causas para a desconstrução de vidas: “ALIMENTAR” O MUNDO IMATERIAL COM AS PRODUÇÕES DO MUNDO REAL. Principados e potestades “comem” tudo aquilo que nós produzimos! Por isso nossa luta não é contra pessoas, mas contra seres do mundo espiritual. “A serpente se alimenta do pó da Terra”; demônios se banqueteiam com sentimentos como iras, ódio, inveja, amargura, rejeição, e constrói em torno de nós uma “engrenagem” que se retroalimenta de tudo isto.
A cura só se processa quando a alma é sarada pelo Espírito de Deus, através da pacificação interior, do perdão que é dispensado pela graça Divina. Isto fica perceptível no texto, pois a “reconstrução” do cenário de morte começa de dentro para fora; os ossos ganham nervos, tendões, carne e pele. A estrutura se ergue, fica de pé, mas ainda não tem fôlego, são autômatos, zumbis! Ainda se está diante de um cemitério. Só quando o Espírito é “soprado” sobre aquelas “carcaças” é que a vida recomeça e elas se tornam humanos.
O segundo ponto que percebo no texto, e que gera demolição em vidas, é a perda da esperança. Veja novamente o verso 11: “nossa esperança desvaneceu-se”. Trata-se do aprofundamento do estágio anterior; é A PAVIMENTAÇÃO DO CAMINHO PARA A DESARTICULAÇÃO DAS ESTRUTURAS DO PSIQUISMO. Quando a esperança se vai, a pessoa não acredita mais em nada. É o “esquematismo da miséria”. É Neste estágio que se instalam em nós doenças como a depressão, os distúrbios psicossomáticos e as síndromes – do pânico, por exemplo. A vida perde o apetite, o significado, a razão de ser.
Thomas Quincey diz que “as pegadas feitas na alma são indestrutíveis”. Ali estava um povo ferido, sem esperanças. Suas almas eram como masmorras sombrias, “esgotos” de desespero e agonia. Trancadas em si mesmas elas se revolviam em meio à dor e assim drenavam toda energia vital, toda alegria, tudo o que produz paz e bem. Tire os sonhos de um ser humano e você verá que ele não terá mais horizontes. Os Israelitas já não acreditavam que era possível sair daquela girândola da morte.
Aí entra Deus no descaminho humano! O verso 12 diz: “abrirei os seus túmulos e fá-los-ei sair”. Sim, há pessoas cujo interior tornou-se cova, lugar de morte. Ali está todo acúmulo de negatividade que a vida deixou. É como o sargaço trazido pela maré que fica na praia e apodrece. Mas Deu derrama luz nas nossas trevas! É a luz da confissão e do arrependimento que faz com que a poeira dos porões do ser saia pelas janelas da alma! É o resgate da vida! O choro dura uma noite, mas a alegria vem pela manhã!
Finalmente, ainda percebo um último “fenômeno” que destrói pessoas. Observe a fala final do verso 11: “fomos exterminados”. É uma afirmação conclusiva, definitiva, última. Viver agora é mero cumprimento de obrigação, é rotina, enfado e canseira. Este “sentir” representa o que considero A CONSTRUÇÃO DA LOGÍSTICA PARA ACOLHER AS SOMBRAS DA MORTE.
Ah, como tenho encontrado gente assim, com a “Vida Seca”, se arrastando existencialmente, amargando existir, na estação outonal, onde os pranteadores andam ao derredor, e as aves esperam a carniça para devorá-la. Em circunstâncias como esta, só um novo projeto pode trazer resultados. Aqui não adianta mudar hábitos, condicionamentos, ou até mesmo mudar de lugar, fugir, como fazia o Fabiano, do livro de Graciliano Ramos. Aqui é preciso uma nova perspectiva.
Por isso Deus – verso 12 – precisava semear entre eles um novo sonho: “trarei vocês de volta a terra de Israel”. Agora sim! Ele voltara a agir no meio do seu povo! O céu deixara de ser de bronze, impermeável, pois o tempo da visitação chegara novamente, o dia oportuno, o dia da salvação! A Babilônia ficaria para trás, com suas “simbologias” que representavam um tempo onde a “vida secou”. Mas o Espírito Dinâmico entendera que à hora do resgate havia chegado. Agora era só aguardar o livramento!
“Vidas Secas”... Como torná-las férteis novamente? Talvez analisar estes processos descritos anteriormente ajude a compreender algumas dinâmicas fenomenológicas e arquetípicas que se interpõe no caminhar dos humanos sobre a Terra.
De todo modo, em João, capítulo 7, Jesus nos apresenta uma perspectiva ainda melhor: “se alguém tem sede venha a mim e beba”. É uma metáfora em alusão a única coisa que pode gerar saciedade existencial: ir a Ele e, nEle, ser! Estais sedento? Venha e beba! Sua vida se dessignificou? Venha e beba! Tem existido com sombras no coração, com hálito de morte? Venha e beba! Perdeu a esperança? Venha e beba! O convite permite que se plante, no “jardim” do coração, sementes de misericórdia, as quais serão regadas diariamente com lágrimas de amor. Creia-me: você verá que, em pouco tempo, elas produzirão verdadeiros milagres; paz, saúde, vida e bem.

MANSIDÃO

Conhecendo o Espírito de Mansidão

A UNÇÃO DO FRUTO DA MANSIDÃO - (prautē). πραοτησ

(Dia 05/06/2011)
TEXTO: “Mas o fruto do Espírito é ... Mansidão” (Gl. 5:22) prautē
INTRODUÇÃO
O número oito na lista do fruto do Espírito Santo (Gálatas 5:22.23) é  prautēpalavra grega traduzida por mansidão, ou brandura, ou ainda suavidade. O que é a qualidade de brandura ou suavidade? Certamente no sentido bíblico não é fraqueza, nem é rebaixar-se nem menosprezar-se.
R. N. Chaplin comenta: “Trata-se de uma genuína falta de maldade e aspereza, de mistura com as qualidades da paciência e da gentileza. Trata-se de uma submissão do espírito humano para com Deus; e, em seguida, para com o homem. A mansidão é resultado da verdadeira humildade, por causa do reconhecimento do valor alheio, com a recusa de nos considerarmos superiores. Deus é a fonte dessa graça, e Cristo Jesus é o seu exemplo supremo, o que demonstrou em todo o seu modo de tratar os homens.”
Mansidão é suavidade, indulgência para com o fraco e errado, sofrimento paciente ao receber injúrias sem sentir um espírito de vingança e até equilíbrio em todas as paixões e temperamento, o completo oposto de raiva. (Clarke)
TRADUÇÕES DA PALAVRA
A palavra grega prautēs é também traduzida às vezes por "humildade." Na realidade é uma palavra difícil de definir, porque não há de fato uma palavra em nossa língua que corresponda ao vocábulo grego.  O Dicionário dá um significado mais antigo de brandura como "suportando a ferida com paciência e sem ressentimento". Talvez não seja um significado muito longe da palavra bíblica, mas o grego é muito mais positivo.
Aqui estão algumas diferentes definições da qualidade da mansidão, de diferentes fontes:
·         Suavidade combinada com ternura;
·         Graciosidade, bondosa disposição, força controlada;
·         uma disposição que é moderada, tranqüilo, equilibrado em espírito, despretensioso e que tem as paixões sob controle;
·         um caráter que é eqüitativo, razoável, suportativo, moderado;
·         Poder e força sob controle;
·         Disposto a perdoar feridas, corrigir faltas. Alguém que governa bem seu espírito.
PRAUTĒS COMO É DEFINIDA PELOS SÁBIOS GREGOS
  1. Para descrever pessoas ou coisas que têm nelas uma certa qualidade tranqüilizadora. Por exemplo, ter uma conduta humilde e amável que acalma a irritação de outros.
  2. Para descrever a gentileza de conduta, especialmente por parte das pessoas que têm o poder de atuar de outra maneira. Por exemplo, um rei perdoando a um servo que falhou em uma tarefa.
            O rei tem a autoridade e o poder para castigar
            Mas escolhe em lugar disso mostrar bondade e perdão
Tal rei seria gabado por seu comportamento gentil e humilde.
  1. Para descrever a habilidade de receber comentários cruéis com bom coração. Por exemplo, quando é enredado em controvérsia. Ser capaz de discutir coisas sem perder o temperamento devido a observações pessoais cruéis e injustas.
  2. Com mais frequência, para descrever o caráter no qual a fortaleza e a mansidão estão perfeitamente combinadas. Por exemplo, um cavalo obediente às rédeas, um cão guardião amigável para a família que o possui. Apesar de estar presente grande força, é temperada por um espírito gentil;
  3. Aristóteles disse sobre "prautēs." "A capacidade para suportar recriminações e ofender com moderação, sem embarcar em vinganças rapidamente, e não ser provocado facilmente à irritação, mas ser estar livre de amargura e de contenção, tendo tranquilidade e estabilidade no espírito." (Sobre Virtudes e Vícios)
Isto não implica que nunca há um lugar para a irritação no homem gentil. Certamente a pessoa que mostra "prautēs" se zanga "pelo motivo correto, e contra as pessoas corretas, e da maneira correta, e no momento correto, e pelo tempo correto." (Aristóteles, Ética a Nicómaco)
PRAUTĒS É EXEMPLIFICADO POR MOISÉS E JESUS
Os dois personagens bíblicos mais famosos pelo fruto da mansidão, são o Senhor Jesus Cristo e Moisés (Números 12:3; 1 Pedro 2:21-23). Ambos eram grandes libertadores. Moisés para a nação de Israel, e Jesus para o mundo inteiro. Isto demonstra que essa mansidão não é fraqueza, mas a força de ser auto-controlado.
A atitude do mundo em relação à força é agressivamente defender se, mas a força real é encontrada num espírito manso e humilde, uma atitude de poder receber uma ofensa sem retaliar ou exigir seus direitos."Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas” (Mateus 11:29).
O EXEMPLO DO MOISÉS
A Bíblia diz que Moisés destacou-se em mansidão, que é suavidade: “Ora, Moisés era homem mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Números 12:3).
Deus deu-lhe uma elevada posição. É duro para o homem natural ser suave com aqueles o atacam, especialmente se atacam seu posto oficial e honra. Mas Moisés não tentou se defender.
Um exemplo da mansidão de Moisés encontra-se no relato de Números 13:1-8, quando seus irmãos Arão e o Miriã o criticara. Como servo escolhido de Deus ele poderia repreendê-los, mas com humildade preferiu guardou silêncio. Tal silêncio não foi uma manifestação de fraqueza, mas de força de caráter. Certamente, Moisés não era covarde. Simplesmente deixa prevalecer a sua mansidão como resultado de uma opinião humilde de si mesmo!
A mansidão inclui a ideia de que nós não nos preocupamos com o que acontece à nossa honra, tanto quanto o que acontece à honra de Deus e o que acontece com outros.
Em outras ocasiões, quando as circunstâncias o exigiram, vemo-lo agindo com rigor. Exemplo disso é no incidente do bezerro de ouro. Diante da idolatria do povo, construindo para si um bezerro de ouro e adorando-o, quebrando, assim a aliança com Yahweh, ele reage com uma ira santa: “Chegando ele ao arraial e vendo o bezerro e as danças, acendeu-se lhe a ira, e ele arremessou das mãos as tábuas, e as despedaçou ao pé do monte. Então tomou o bezerro que tinham feito, e queimou-o no fogo; e, moendo-o até que se tornou em pó, o espargiu sobre a água, e deu-o a beber aos filhos de Israel”  (Ex 32:19-20). (Ver Ex 32:25-28).
Em Êxodo 32:30-32 o modo como pleiteia com Deus a favor do povo revela que a mansidão de Moisés nada tem a ver com fraqueza. “No dia seguinte disse Moisés ao povo: Vós tendes cometido grande pecado; agora porém subirei a Yahweh; porventura farei expiação por vosso pecado. Assim tornou Moisés a Yahweh, e disse: Oh! este povo cometeu um grande pecado, fazendo para si um deus de ouro. Agora, pois, perdoa o seu pecado; ou se não, risca-me do teu livro, que tens escrito.”
O EXEMPLO DO JESUS
É dos próprios lábios de Jesus que temos uma viva descrição da marca da mansidão que orna o caráter do Mestre: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.  Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve”  (Mt 11:28-30).
Isaías já antevira essa marca no Messias, ao escrever: “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca” (Is 53:7).
E quando chegou o momento dessa profecia de Isaías se cumprir, vemos sua mansidão em meio à Sua maior prova: “Mas ao ser acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Perguntou-lhe então Pilatos: Não ouves quantas coisas testificam contra ti? E Jesus não lhe respondeu a uma pergunta sequer; de modo que o governador muito se admirava” (Mt 27:12-14).
Jesus mostrou verdadeira mansidão tanto no meio do conflito quanto da popularidade. Suas curas e milagres frequentemente trouxeram as multidões a uma explosão de entusiasmo. Mas Ele se recusou a deixá-los fazer dEle o tipo de rei que eles queriam. Ele os lembrou da passagem em Isaías 42:1–4, "Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem se compraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele. ele trará justiça às nações. Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na rua. A cana trilhada, não a quebrará, nem apagará o pavio que fumega; em verdade trará a justiça; não faltará nem será quebrantado, até que ponha na terra a justiça; e as ilhas aguardarão a sua lei.”
Jesus sabia quem Ele era, mas Ele era manso e humilde. A consciência do Seu poder O capacitou a ser manso para com aqueles em necessidade. Ele não esmagaria a cana quebrada, mas a restauraria plenamente. O pavio fumegante de uma lâmpada Ele não terminaria de apagar, mas faria com que ardesse brilhantemente outra vez. Sua mansidão funciona. Ela gera a retidão, e trará a justiça à terra, porque Ele mansamente toma o pecador e o torna completo.
A mansidão de Jesus não era devida à falta de fortaleza. Sua poderosa força já havia sido demonstrada:
·         Ao denunciar aos fariseus  (Mt 23:13 e seguintes)
·         Na purificação do templo (Jo 2:14-17)
Sua mansidão na prova era evidência de fortaleza, não de debilidade!
A palavra de Barclay é aqui oportuna:  "Tratemos a todos os homens com cortesia perfeita; que possamos repreender sem rancor; que possamos discutir sem intolerância; que possamos enfrentar a verdade sem ressentimento, que possamos estar zangados e sem pecar e que possamos ser gentis e entretanto não ser débeis."  
Novamente, esta qualidade vem de se ter uma opinião humilde de si mesmo, junto com a fortaleza interior para controlar as emoções, a língua e o comportamento.
O LUGAR DA MANSIDÃO NA VIDA DOS CRISTÃOS
EM PARTICULAR
1. Vivemos para receber a Palavra de Deus com mansidão (prautēs): “Pelo que, despojando-vos de toda sorte de imundícia e de todo vestígio do mal, recebei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas” (Tiago 1:21).
2. Devemos nos aproximar de irmãos em engano com um espírito de mansidão (prautēs): “Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu não sejas tentado” (Gál 6:1).
3. Devemos corrigir a aqueles que estão em oposição com humildade (prautēs): “E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser brando para com todos, apto para ensinar, paciente; corrigindo com mansidão os que resistem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade.” (2 Tim 2:24-25).
4. Vivemos para responder perguntas relacionadas com nossa esperança com mansidão (prautēs): “Antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pedro 3:15).
EM GERAL
A mansidão (prautēs) é necessária para o cristão que deseja ser sábio: “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom procedimento as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amargo ciúme e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há ciúme e sentimento faccioso, aí há confusão e toda obra má. Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. Ora, o fruto da justiça semeia-se em paz para aqueles que promovem a paz” (Tiago 3:13-18).
O USO DA PALAVRA MANSIDÃO NA BÍBLIA
Para melhor compreensão do significado dessa marca da mansidão passemos pelas passagens na Bíblia onde a palavra grega prautēs é usado.
No Antigo Testamento a Septuaginta usa-o uma vez no Salmo 45:4. O Salmista invoca a Deus: “Cinge a tua espada à coxa, ó valente, na tua glória e majestade. E em tua majestade cavalga vitoriosamente pela causa da verdade, da mansidão e da justiça, e a tua destra te ensina coisas terríveis.”  (Salmo 45:3,4). Obviamente, mansidão não é fraqueza. Não é permitir que alguém se torne um capacho. É parte do caráter do Deus que se move triunfantemente em grandioso poder e vitória.
Em 1 Coríntios 4:21, Paulo lida com pessoas arrogantes e diz: "Que quereis? Irei a vós com vara, ou com amor e espírito de mansidão?"
Paulo tinha um amor tremendo pelos os crentes em todas as igrejas, mas seu amor não era um mero sentimentalismo cego. Ele sabia que às vezes eles precisavam de disciplina, e ele "estava pronto a aplicá-la". Mas ele queria vê-los respondendo em arrependimento para que ele pudesse mostrar-lhes o amor e a suavidade que estava em seu coração em relação a eles.
Em 2 Coríntios 10:1, Paulo apela a eles “pela mansidão e benignidade de Cristo”. Passa então a falar sobre as armas com as quais lutamos, que não são as armas do mundo. Pelo contrário, elas têm poder divino para demolir fortalezas. Nós não somos tomados por cólera, vingança pessoal, avareza, nem orgulho enquanto procuramos vitórias para Cristo. Mas com a suavidade de Cristo podemos triunfar poderosamente.
Os problemas surgem onde mesmo o melhor de nós pode escorregar, assim como alguém talvez escorregue num caminho escorregadio ou perigoso. Se nós verdadeiramente somos cheios do Espírito, mostraremos suavidade, e não dureza e condenação, enquanto tentamos restaurar tal pessoa. Em Efésios 4:2, onde Paulo aconselha-nos a viver de modo digno do chamado que recebemos, ele exorta-nos a demonstrar  "toda a humildade e mansidão, com longanimidade.”  Devemos estar livres de auto exaltação e plenamente submetidos à vontade de Deus, tanto em nossa relação com Ele quanto em nossos relacionamentos com outros.
Em Colossenses 3:12, Paulo aconselha-nos: "Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de coração compassivo, de benignidade, humildade, mansidão, paciência". Isto mostra que o fruto do Espírito necessita nossa cooperação para seu desenvolvimento.
Alguns dizem: "Não se preocupe com o fruto. Simplesmente se aqueça na luz do sol do Seu amor, goze a chuva da Sua bênção, e o fruto automaticamente aparecerá". Mas as coisas não funcionam assim. Temos que fazer morrer as obras da carne. Temos que tomar a nós o fruto do Espírito e exercitar nossa fé para desenvolvê-lo (Compare 2 Pedro1:5–11).
Em Tito 3:2 Paulo o instrui a “que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas moderados, mostrando toda a mansidão para com todos os homens.” Inclui a ideia de ir socorrer os que se encontram em necessidade, mantém ainda o controle sobre os próprios sentimentos.
Alguém salientou que coragem não está na lista de Paulo do fruto do Espírito. Mas devemos reconhecer que demanda coragem de ser manso, suave ou gentil no meio de todo o mal que nos cerca neste mundo. Exigiu coragem por parte de Paulo levantar-se contra o espírito de partidarismo que havia se desenvolvido em Corinto e que se tinha tornado quase um vício.
CONCLUSÃO
Suavidade ou mansidão nunca é uma modéstia falsa, uma auto-depreciação, nem um “tirar o corpo de lado,” quando precisa ficar firme diante de algo. A mansidão nunca é uma fuga covarde da realidade, que substitui um egoísmo passivo pela suavidade real só para evitar problemas, mas de modos que permitem que tais problemas se tornem ainda maiores. Nem é uma humildade falsa que se recusa a reconhecer que Deus nos deu talentos e capacidades ou que se recusa a usá-los para Sua glória.
Em nosso viver diário não podemos evitar o surgimento de situações que trazem conflitos com as pessoas. É fácil no natural reagirmos com violência ou raiva, especialmente se nos sentimos inseguros em nossa posição. Mas quando aceitamos a realidade de que estamos em Cristo e confiamos no Espírito Santo para ajudar-nos, podemos ser mansos diante de quaisquer conflitos que possam surgir.
Alguém que está andando no Espírito o está fazendo para ser uma pessoa gentil, até nas circunstâncias de maior prova. Não devido à debilidade ou à covardia, mas devido à humildade, unida com a fortaleza interior para controlar o comportamento.